Dor que desce para a perna: será que é ciática?

Rayan Santos • June 2, 2025

Dor que desce para a perna: será que é ciática?

Você já sentiu uma dor forte na lombar que desce pela perna, às vezes acompanhada de formigamento ou fraqueza? Esse desconforto pode ser mais do que uma simples dor muscular — pode ser um sinal de ciática, um problema muito comum, mas que muitas vezes é mal compreendido.


Neste artigo, vou te explicar o que é a ciática, por que ela acontece, como identificar, quais os tratamentos possíveis e quando a cirurgia pode ser necessária.

O que é a ciática?

A chamada “dor ciática” é, na verdade, um sintoma. Ela ocorre quando o nervo ciático, o maior nervo do corpo humano, é comprimido ou irritado em algum ponto do seu trajeto — geralmente na região lombar da coluna.


Esse nervo se origina na parte inferior da coluna e desce pela parte de trás das pernas até os pés. Quando há uma compressão — por exemplo, por uma hérnia de discoestenose do canal vertebralespondilolistese  —, o nervo reage com dor, dormência, formigamento e até perda de força na perna.

Principais sintomas da ciática:

  • Dor que irradia da região lombar para a nádega, parte de trás da coxa e panturrilha
  • Sensação de queimação ou choque elétrico na perna
  • Dormência ou formigamento
  • Fraqueza muscular
  • Dor que piora ao sentar, tossir ou espirrar


O que causa a ciática?

A principal causa da dor ciática é a compressão da raiz nervosa na coluna. As causas mais comuns incluem:



  • Hérnia de disco lombar: o disco intervertebral se desloca e pressiona o nervo
  • Estenose de canal: o canal por onde passam os nervos está estreitado
  • Espondilolistese: uma vértebra desliza sobre a outra
  • Síndrome do piriforme: o músculo piriforme pressiona o nervo ciático (menos comum)


Diagnóstico

O diagnóstico é feito através da história clínica e exame físico. Em muitos casos, exames de imagem como a ressonância magnética da coluna lombar ajudam a confirmar o diagnóstico e identificar a causa exata da compressão do nervo.

Tratamento da ciática

A boa notícia é que a maioria dos casos de ciática não exige cirurgia. O tratamento inicial costuma incluir:



  • Analgésicos e anti-inflamatórios
  • Fisioterapia
  • Exercícios de fortalecimento e alongamento
  • Bloqueios ou infiltrações com anestésicos e corticoides (em alguns casos)


E quando a cirurgia é necessária?


A cirurgia é considerada quando:


  • A dor é intensa e não melhora com o tratamento conservador após várias semanas
  • Há perda de força significativa na perna ou pé (pé caído)
  • O paciente apresenta sintomas graves, como incontinência urinária ou fecal (emergência médica)


As técnicas cirúrgicas evoluíram bastante. Hoje em dia, a maioria dos procedimentos pode ser feita de forma minimamente invasiva, com menores cortes e com menor dor pós-operatória e recuperação mais rápida.


Algumas técnicas, como a endoscopia de coluna, pode ser usado para casos selecionados e é realizada com cortes menores que 1cm.

Perguntas Frequentes sobre Ciática (FAQ)

1. O que é bom para aliviar a dor do nervo ciático rapidamente?

Compressas quentes, repouso relativo, analgésicos e alongamentos leves podem ajudar e principalmente fisioterapia motora especializada. Mas é importante procurar um médico se a dor persistir.

2. Quanto tempo dura uma crise de ciática?

A maioria das crises melhora em até 4 a 6 semanas com tratamento conservador. Alguns casos podem se estender por mais tempo.

3. Ciática tem cura?

Sim. Quando a causa é tratada corretamente, o paciente pode ficar totalmente livre dos sintomas.

4. É possível evitar a ciática?

Manter um peso saudável, praticar atividade física regular e evitar movimentos bruscos na coluna ajuda bastante na prevenção.

5. Cirurgia de ciática é arriscada?

Como qualquer cirurgia, existem riscos, mas quando bem indicada e realizada por um especialista, a cirurgia da coluna tem altos índices de sucesso e recuperação.

6. Posso fazer exercícios com dor ciática?

Sim, inclusive a terapia física é fundamental em pacientes com ciática, desde que supervisionados pelos especialistas (fisioterapeutas e educadores físicos).